Também conhecido por Mastim Francês, esta é uma das raças mais possantes e vigorosas, cujos antepassados lutaram nas arenas romanas.
Origem
Quanto à localização geográfica, a sua origem não deixa margem para dúvidas: surgiu no sudoeste de França, na região de Bordéus. Mas este parece o único dado seguro, já que a inexistência de registos deixam tudo o resto em aberto. O Buldogue Ing lês, o Dogue de Burgos ou o Mastim do Tibete são alguns prováveis ascendentes. Antes deles, as suas origens poderão ligar-se a cães molossos trazidos da Índia e China há três mil anos, e que terão sido introduzidos na Europa, em particular na Gália e Grã-Bretanha. Mas existem outras teorias, incluindo aquela que situa o seu aparecimento na Grécia, e assim explique o facto de já serem utilizados pelos romanos, tanto nas lides guerreiras como nas circenses — os então comuns espectáculos de arena onde se degladiavam homens e animais — dado o seu temperamento guerreiro. Sobre o que não restam dúvidas é que terá sido o resultado de cruzamentos constantes entre cães de grande porte e temperamento territorial que resultaram em exemplares potentes e temerários, protectores e fiéis ao dono.
Não ladra nem rosna perante estranhos ou ameaças pois prefere agir
História
Por volta de 1860 era já atracção principal nas brutais brigas que opunham cães contra cães, mas também contra lobos e ursos, bem ao estilo medieval. Não tardou a ser apresentado numa exposição canina, em 1863, e a ver o seu estalão definido por Pierre Megnin, em 1893, data da publicação do livro Le Dogue de Bordeaux. A já tardia legislação que proíbe as cruéis lutas de animais provoca um declínio da raça que quase conheceu a extinção durante as duas Grandes Guerras Mundiais. Após a II Grande Guerra ascende à categoria de cão de guarda nacional em Itália e a raça é reconhecida, em 1949, pela Federation Cynologique Internationale. Em 1971 vê o seu estalão definitivamente definido.
Possante e vigoroso, é um animal dedicado ao dono
Morfologia
Este cão impressiona. Tanto pelo seu olhar penetrante, como pela dimensão do seu crânio, ou pelo porte atlético e possante do seu corpo. É um animal que inspira respeito, com uma altura que varia entre os 58 e os 75 centímetros e um peso que pode chegar aos 65 quilos. O pêlo é fino, curto e suave ao toque e varia maioritariamente entre os tons dourados, castanho ou mogno, mas são frequentes os exemplares pretos e com manchas. Sólido e robusto, ele não engana quanto à sua vocação de cão de guarda. Características são as suas rugas, fruto da pele solta.
O Dogue de Bordéus é um dos heróis do filme Dupla Quase Perfeita ao lado de Tom Hanks
Temperamento
Imponente, atento, temerário e corajoso, o Dogue de Bordéus não precisa de treino para guardar o seu território, as suas gentes ou para se defender. No ver so da medalha encontra um cão dedicado e carinhoso para com os donos e aparentemente indiferente perante estranhos. Mas isto deve-se apenas ao facto de não ser do tipo de ladrar ou rosnar nem de mimar ou pedir mimos, uma vez que age rápido e quando o faz perante ameaças é para se impor. Quem o observe, calmo e seguro, dificilmente entende a sua fama de agressivo, fruto do seu passado de lutas. Convém salientar que entre esses antepassados e o actual Dogue de Bordéus, mais afectuoso e gentil, há já uma enorme distância, muito embora a sua vocação para cão de guarda.
Prós e Contras
Não é impulsivamente agressivo, mas necessita de treino e mão forte bem como de um contacto próximo e directo com os donos. É, na verdade, um cão tranquilo que aprecia o contacto com crianças e adora os donos, mas é vigoroso e tem uma personalidade vincada que deve ser educada a fim de melhorar a sua sociabilidade perante estranhos e perante outros animais, para quem se mostra menos tolerante. Quando treinado, a fim de garantir que se torne um cão seguro, revela-se dócil, afectuoso, fiel e dedicado, o que pode fazer desta uma excelente raça de companhia.