Mais de cem baleias beluga, uma espécie protegida, encontram-se presas pelo gelo no mar de Bering, informou nesta quarta-feira a região de Chukotka (extremo nordeste da Rússia), que pediu as autoridades nacionais o envio de um navio quebra-gelo à região.
“Mais de 100 belugas encontram-se presas pelo gelo no Mar de Bering e ficaram separadas do mar, 15 km ao sul do povoado de Ianrakynnot”, disse um porta-voz das autoridades regionais, informando que os cetáceos foram encontrados por pescadores na manhã de terça-feira. Esta região está localizada a 300 km do Estado Americano do Alasca e a 6 mil km a leste de Moscou. Esta região do Extremo Oriente russo com clima hostil é uma das mais inacessíveis do país.
“O governador de Chucotka, Roman Kopin, enviou uma carta ao ministro de Transporte, Igor Levitin, e ao ministro de Situações de Emergência, Serguei Choigu, para que considerem o envio de um navio quebra-gelos para salvar as belugas”, acrescentou. “Provavelmente a comida ficará escassa e a água congelará em grande velocidade, razão pela qual todos os animais estão ameaçados de morte”, disse o governo de Chukotka.
Segundo esta fonte, um quebra-gelos, o Rubin, encontra-se a um dia e meio ou dois dias de viagem do estreito de Siniavinsk, onde estas baleias estão presas, e pode ajudar a libertá-las. A baleia beluga é um cetáceo que vive no Árctico. É uma das três espécies, junto com o urso polar e com o tigre siberiano, protegidas por um programa especial dirigido pelo influente primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin.
Estes cetáceos podem chegar a medir 6 m de comprimento e pesar até 2 toneladas. São capazes de permanecer cerca de 25 minutos debaixo d´água sem necessidade de voltar à superfície para respirar. Segundo o site de Putin relacionado a estas baleias, os cientistas russos ignoram o número total de belugas existentes, já que os estudos a respeito a isso foram retomados apenas em 2008, após 30 anos de interrupção.
Estas baleias vivem em mares frios do Extremo Oriente russo, assim como em partes do oceano Ártico (mar Branco e mar de Barents), no noroeste da Rússia. A indústria petroleira, o aquecimento climático e a caça ameaçam o espaço que precisam para viver, segundo as ONGs de defesa de animais. “Actualmente fixou-se o limite anual de pesca em 1.500 animais, embora este máximo autorizado não tenha fundamento científico algum, o que poderia fazer com que ocorresse uma pesca exagerada e as populações existentes fossem prejudicadas”.
As baleias costumam ficar presas no gelo, mas é pouco comum que isso ocorra com um grupo tão grande.
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