Tão eficaz como um canivete suíço
O camaleão é um animal curioso e muito bem apetrechado. Não ultrapassa os 60 centímetros, mas esconde muitos trunfos na manga. Ou antes, na língua, nos olhos… Vamos por partes. A língua - que projecta a uma velocidade alucinante, imperceptível a olho nu -, alcança insectos quase a um metro de distância. O que lhe permite ficar imóvel, aguardando o melhor momento de mandar a língua ao ‘supermercado’. A língua não se limita a ser uma óptima ginasta. A sua ponta pegajosa não dá, às presas, uma segunda hipótese. Não admira que o camaleão seja tão lento nos restantes movimentos, quase parecendo prostrado a maior parte do tempo. Mas as aparências iludem e ele é mestre do disfarce.
Os olhos movimentam-se independentemente. ‘Com um olho na mosca e outro no mosquito’, quase apetece dizer.
Com a cauda agarra, segura e apanha coisas. Se a isto juntarmos patas fortes, percebemos que estamos perante um animal excepcional. Mítica é a sua mudança de cor, que se deve à luz, temperatura ou humor. E por falar neste último, saiba que o camaleão dispensa encontros sociais. À excepção da época de acasalamento, é um solitário e reage com agressividade perante outros seres da mesma espécie. Também com os humanos pode chegar a morder, mas apenas se for provocado.
Com tantas aptidões, não admira que faça as delícias dos fãs de animais exóticos, que encontram nele um réptil de eleição.
Animal diurno. Mais activo de manhã e ao final da tarde.